segunda-feira, 1 de junho de 2015


Cidades de Papel - John Green


— Então a gente pode ligar para o Ben?

 Não. Ben é um babaca.
Radar me fitou pelo canto do olho.
— É claro que ele é. Sabe qual é seu problema, Quentin? Você espera que as pessoas não sejam elas mesmas. Quer dizer, eu podia odiar você por ser tão pouco pontual e por nunca se interessar por nada que não seja Margo Roth Spiegelman e por, tipo, nunca me perguntar como estão indo as coisas com minha namorada… Mas eu não ligo, cara, porque você é você. Meus pais têm uma tonelada de porcaria de Papais Noéis pretos, mas tudo bem. São meus pais. Eu sou totalmente obcecado por uma enciclopédia on-line e por isso deixo de atender o telefone quando meus amigos ligam, ou mesmo minha namorada. Tudo bem também. Eu sou assim. Você gosta de mim do jeito que eu sou. E eu de você. Você é engraçado, inteligente e pode até chegar atrasado, mas sempre chega.
— Valeu.
— É, bem, não era para ser um elogio. Eu só estava dizendo para você parar de pensar que Ben deveria ser você, e ele precisa parar de pensar que você deveria ser quem ele é, e vocês dois podiam baixar um pouco a bola.
— Tudo bem… — cedi, afinal, e liguei para Ben.

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