segunda-feira, 29 de junho de 2015


Seu futuro já começou - Gustavo Cebarsi



     Vivemos o futuro a cada instante. A leitura deste texto já foi um plano futuro. Em algum momento, você assinou a revista ou acessou o site, em busca de conhecimento ou atualização. O tempo para a leitura existiu por causa de um planejamento, e neste instante você está lendo porque se propôs a ler e se preparou para quando tivesse um momento livre. Você se organizou para que a leitura virasse o presente.

    Dia a dia, atos presentes sequenciam-se para formar o futuro, que nada mais é do que o evoluir de vários momentos presentes. Esse entendimento é essencial para que você 
planeje bem seu futuro financeiro. Seus planos se resumem a privar-se no presente para poupar e garantir o futuro? Dois efeitos tendem a arruiná-los. Primeiro, você estará consolidando, ao longo dos anos, hábitos espartanos de privação. Se seus planos 
derem certo e você prosperar muito, corre o risco de não saber como aproveitar sua riqueza. 

Segundo, você estará dissociando o presente do futuro, conduzindo um estilo de vida que, em algum momento, espera transformar. Se o futuro está sempre adiante, quando saberemos se já chegou a hora de mudar?

    Esse raciocínio simplifica o processo pelo qual muitas pessoas passam ao se aposentar. Enquanto trabalham, estão sempre mirando adiante, com o sentimento enérgico de edificar um futuro tranquilo e seguro, bem diferente do estresse típico dos anos de trabalho duro.


    Quando chega a aposentadoria, não é apenas a rotina de trabalho que é interrompida. A pessoa é obrigada a mudar também sua rotina familiar, sua maneira de enxergar a vida (que estava sempre adiante), sua maneira de lidar com o dinheiro e de interpretar o futuro. Com a aposentadoria, o futuro chegou! Com tantas transformações, a pessoa se sente perdida, ansiosa, com medo de começar a colher e correr o risco de faltar. Muitos adoecem durante esse processo de estresse e ansiedade.


    O motivo é a interrupção abrupta nos planos. Toda mudança de rumo nos causa algum grau de estresse. Muitas mudanças simultâneas fazem um estrago em nossa estabilidade emocional.

    Se queremos ser ricos no futuro, temos de moldar nosso estilo de vida presente para que seja mais rico, ou o mais próximo possível do que esperamos ter no futuro. Não me refiro à riqueza no sentido de luxos, mas sim de hábitos. Se você espera ter uma aposentadoria repleta de viagens, lazer, convívio com amigos e práticas saudáveis, comece hoje. Sim, isso cabe no orçamento – ou deverá caber quando você assumir uma moradia e um carro compatíveis com escolhas sustentáveis.
   
    Em vez da dolorosa sensação de troca ao tirar do presente para garantir o futuro, escolha a prática sustentável de adotar um presente que não queira perder no futuro e poupe para manter a vida mais interessante escolhida para hoje.

domingo, 28 de junho de 2015



Experimento na Lituânia mostra como pessoas reagem em uma situação de racismo - Vicente Carvalho



O racismo infelizmente ainda acontece em diversos países – incluindo o Brasil, e de tempos em tempos vemos vídeos e campanhas que combatem essa postura tão desprezível, como nesse vídeo.
A pergunta que paira no vídeo é: O que você faria se uma pessoa negra te pedisse para traduzir um texto para que ele pudesse entender, pois não conhece a língua local, e esse texto fosse de conteúdo racista contra ele? 

Uma falsa seleção para um comercial de TV coloca alguns lituanos nessa situação ao traduzir um texto racista para um negro que pediu isso por supostamente não entender muito bem a língua do país.
O resultado é impactante, vou reproduzir aqui as palavras do Wagner Brenner do UOD, que pontuou três coisas:
(1) Mostra bem a diferença entre se expressar pela internet ou se expressar olhando nos olhos de alguém. Vale para qualquer tipo de preconceito ou discriminação. Faz pensar. (2) E apesar de estampar uma coisa tão ruim, mostra o lado bom e humano de todos os que participaram deste experimento, nitidamente comovidos e envergonhados por uma atitude alheia, como se estivessem envergonhados de serem Lituanos. (3) E esse é outro ponto, a noção de grupo e o quanto nos sentimos orgulhosos ou envergonhados pelos que nos representam.

sábado, 27 de junho de 2015


Insano - Jamz

É isso mesmo
Eu tô me aproximando
Eu tô me convidando
Pra ser seu





Quando a internet é usada para o bem, o impacto é extraordinário - Catraca Livre


     É espetacular o poder mobilizador da internet, todo dia conhecemos histórias de pessoas que transformam a vida de outras através de uma publicação no Facebook.
     Por dois anos a rotina da dona de casa e vendedora Maria Helena, 61 anos, foi a mesma. Ela vai de porta em porta pela cidade de Volta Redonda (RJ), oferecendo seu sabão caseiro, embalado em um pote de plástico e vendidos por R$ 4. O produto vem acompanhado de um bilhete com o nome e telefone da vendedora escritos com uma letra "cara de vó".
    Porém, no último dia 22 de maio, ela bateu na porta de Luiz Antônio. E graças ao post que ele fez no Facebook  relatando esse encontro, a vida de Maria está mudando completamente.
    Segundo contou no post, Maria disse vender uma pasta que ela mesma fazia e que deixava tudo branco. Luiz disse não precisar e passou o produto adiante.  “Ela agradeceu, eu fechei a janela, mas abri de novo e fiquei observando. Ela ficou com um semblante triste, talvez por receber mais um ‘não’, abriu uma garrafinha de água, começou a beber, apoiada no portão, parecia cansada”, escreveu Luiz em sua página.
    Aquela cena o comoveu, então abriu novamente a janela e adquiriu o sabão caseiro da dona Maria. “O sorriso dela foi tão satisfatório pra mim. Ela começou a explicar o produto, e falou que anotaria o contato dela, mas que não tinha condições de ter um cartãozinho, e me deixou esse pedaço de papel. E lá se foi aquela senhorinha, com a bolsa pesada, bater em outra porta”.
    Em um gesto despretensioso, Luiz fez o post no Facebook com a foto do potinho de sabão e o contato da Maria esperando ajudá-la de alguma forma, para que talvez uma ou outra pessoas se interessassem e ela fizesse algumas vendas a mais.
     Mas o que não imaginava é que a ação causaria tamanha repercussão.  Com mais de 160 mil curtidas e quase 80 mil compartilhamentos, a história viralizou na rede social.
     Lendo os comentários, pessoas de várias cidades brasileiras disseram ter feitos encomendas já. “Deus está me abençoando. O rapaz falou para alguém e o pessoal não para de ligar. Até esqueci o nome da cidade lá na Suíça que me pediram para entregar. Mas é gente de São Paulo, do Rio”, contou Maria Helena em entrevista para a Época Negócios.

sexta-feira, 26 de junho de 2015



Ta querendo estacionar onde não pode? Pense bem!


     Achei essa matéria ótima e resolvi compartilhar com vocês. Um homem estacionou na vaga para para portador de necessidades especiais e foi provavelmente ao banco, quando ele voltou seu carro estava completo de post-it azul e branco com o símbolo do aviso. Ele ficou completamente revoltado e as pessoas que estavam em volta adoraram. E eu também.  

     Porque eu até entendo que a vida está cada vez mais acelerada e achar um lugar para estacionar virou mais uma busca ao tesouro perdido, se eu que sou carona fico irritada quanto mais o motorista. Mas respeitar o direito alheio não deve ser visto como artigo de luxo e sim de primeira necessidade.

     Se recuse a pensar que vai ser só por alguns minutinhos que você vai ocupar aquela vaga especial, mesmo que você demore menos de 2 minutos, não deve ser feito e se os outros fazem, lembre-se sempre das palavras da sua mãe: "Você não é todo mundo."

     As coisas estão complicadas, eu sei.  Mas eu também sei que eu e você podemos colaborar pra que o dia a dia das pessoas, e os nossos também, sejam menos árduos. 

terça-feira, 23 de junho de 2015



Em prol do feminismo nos pequenos
 detalhes - Debora Oliveira

    Feminismo não é o contrário de machismo. Não somos opressoras. As feministas lutam pela liberdade e sobrevivência das mulheres. Vamos às ruas para protestar e isso sem dúvida é imprescindível para o movimento. Mas talvez o maior desafio é ser feminista nas pequenas atitudes, nos pequenos detalhes. 

    Ser feminista quando aquela amiga difamou a outra pelo tamanho da sua saia, saber se posicionar ao escutar um comentário machista. Ser feminista é ser livre para optar como quer se comportar e quem quer ser independente do julgamento alheio e acima de tudo saber respeitar outra mulher. A pergunta é: Você é feminista quando ninguém mais está vendo?


    Feminismo: doutrina que preconiza o aprimoramento e a ampliação do papel e dos direitos das mulheres na sociedade.
     A própria descrição já nos diz muito, mas ainda acredito que o feminismo deve estar presente também nos pequenos detalhes. Ser feminista abrange desde pequenas atitudes e comportamentos do cotidiano até a luta pelo direito de viver das mulheres, no sentido mais literal desse termo. Parece tão claro, tão óbvio que os direitos devem ser iguais, principalmente porque somos seres humanos e como tais, deveríamos ser ativos desses direitos independente de credo, raça, sexo, cor, nacionalidade ou convicções; mas como muitas outras questões, raramente observamos isso ser colocado em prática.
     Sobre o feminismo nos pequenos detalhes: ainda anseio por um mundo no qual nós mulheres possamos ter o direito de gostar, querer e fazer coisas que em algum momento a sociedade definiu como “coisas de homem”. Quero que possamos usar cabelo curto, cabeça raspada, gostar de rock, não saber andar de salto, não gostar de rosa, não ser delicada, transar com quem quisermos e não querer transar com você. Ou se quisermos fazer tudo isso ao contrário, não nos julgarem como sexo frágil!
     Por um mundo aonde dividir as tarefas domésticas seja normal e que não tenhamos que dar um troféu toda vez que um homem é educado, carinhoso e gentil com uma mulher ou criar uma linha completa de esmaltes usando os nomes das cores para dar crédito ao bom comportamento deles. Por um mundo aonde nunca, nunca aceitemos o fato de um homem ser machista ou preconceituoso e não achar normal em uma festa, as mulheres terem que sempre ficar na cozinha ou cuidando das crianças enquanto os homens se divertem perto do barril de chopp.
     Que possamos acreditar que mulheres não competem entre si, mas sim apoiam umas as outras. Que possamos ver a mulher ao lado não como uma rival, mas sim como uma companheira, uma amiga. Que não as julguemos para não sermos julgadas. Que possamos nos tornar aliadas. Isso tudo são detalhes perto da causa, mas acredito que o feminismo funciona como um bom hábito e para obtê-lo devemos observar nossas pequenas atitudes diariamente.
    Nem toda mulher quer ter filhos, nem toda mulher quer casar, nem todas amam os homens, sabem cozinhar ou querem ser magras. Parem de ditar como devemos nos vestir ou o quanto nos consideram promíscuas de acordo com o comprimento da nossa saia. Parem de escrever livros que tentam ditar regras do que devemos ou não fazer para conquistar um homem. Enfim, simplesmente parem.
    Obviamente a causa principal do feminismo vai muito além, lutamos pela vida de muitas mulheres que ainda são abusadas, mutiladas e assassinadas, lutamos pelo direito do aborto, contra a violência sexual e por direitos iguais no trabalho. A causa é gigantesca e muito mais do que linda e poética, ela é extremamente necessária!

Entrevista do Rafael Cortez do CQC com as atrizes de 
Orange Is The New Black - Felipe Neto


O caso do Rafael Cortez e a entrevista do CQC com as atrizes de Orange Is The New Black é mais um caso de burrice e péssima análise de parte do público.

Antes de mais nada, quero deixar claro que o Rafael é um amigo, alguém que admiro, um cara de inteligência diferenciada e incrível capacidade artística (pra quem não conhece, procure saber o que esse cara faz com um violão, por exemplo).

Contudo, Rafael teve um dia infeliz. Um dia em que fez uma entrevista que ficou, fundamentalmente, ruim. As perguntas não funcionaram, a ideia foi fraca, a execução conseguiu ser pior devido à sua dificuldade com o inglês e, como resultado, acabou saindo um trabalho muito abaixo do potencial dele. Um belo exemplo de como a matéria foi mal pensada foi a pergunta da "Suzane Von Richthofen", será que nenhum roteirista previu que as atrizes ficariam com cara de "que merda é essa? Esse cara quer escalar uma atriz brasileira pro elenco?"... Enfim, acontece!

O que mais me surpreende nisso tudo? A Direção do CQC (que também é feita por um amigo, o Diego Pignataro) ter permitido a matéria ir ao ar, prejudicando a imagem do Rafael e a imagem do próprio programa.

Mas aí vem o que me irrita nisso tudo. Ao invés do resultado ter sido "essa matéria ficou uma merda", a polêmica pública e maioria dos compartilhamentos foi em função de "essa matéria ficou machista", porque Rafael salientou a beleza das atrizes e perguntou se era difícil tanta mulher junta atuar com TPM.

Caralho galera, pelo amor de Deus! Está ficando cada dia mais difícil, para não dizer impossível, fazer humor no Brasil. Vamos parar de confundir piada ruim com piada preconceituosa e focar no que realmente é preconceituoso. Vamos lutar contra Bolsonaros e Malafaias da vida, pois esses sim atrasam a nossa sociedade, não um humorista que teve UM dia ruim no meio de 800 dias bons.

Infelizmente no Brasil estamos cada vez mais tendendo para esse lado. Quando alguém comete um erro, acaba se tornando o inimigo da nação. Quando comete 500 acertos, é apenas mais um. Até hoje tentam caçar twittadas minhas de 2008 para achar algo machista (coisa que já fui bastante, sem saber) só para causar merda com a minha imagem nas mídias sociais. E assim é com inúmeros comunicadores.

E aí sabe o que vai acontecer? Vamos voltar para os tempos em que ninguém dava opinião e todo mundo se comportava como Luciano Huck, sorrindo pra câmera e sempre em cima do muro.

Precisamos do Rafael Cortez, do Rafinha, do Danilo e de todos os demais. Terão dias em que farão piadas merdas, em outros farão piadas boas. Mas desde que mantenham-se na arte de FAZER HUMOR, vamos parar com esse chilique mal direcionado e focar em quem realmente fode com tudo, pois esses sim comandam multidões com discursos de ódio.

Espero que entendam.



segunda-feira, 22 de junho de 2015

O que você promove na internet? - Fernanda Vaz


Tenho que parar urgentemente de ler comentários de qualquer matéria, vídeo ou postagem porque isso já tá fazendo mais mal do que bem.

Os usuários fazem da internet um depósito de lixo emocional, ódio, impaciência e intolerância. Infelizmente não é um exagero meu.

Pra quem tem esse vício percebe como claramente as pessoas perderam a habilidade de discutirem de uma forma saudável. Basta um ou dois post em que a pessoa não concorda com os argumentos da outra, por mais poderosos ou idiotas que sejam que os próximos são cheio de palavrões, ofensas e ignorância de um dos lados.

Conversar com alguém que tem uma opinião diferente da sua, às vezes, é difícil, mas na internet é quase impossível. As pessoas não estão dispostas dizer o que acham e ouvir sua versão, elas querem impor o que pensam como uma verdade absoluta.

E isso não tem acontecido só com assuntos mais sérios ou polêmicos, outro dia, por exemplo, eu tava lendo sobre assuntos de designer ou pintura, em uma desses lugares que publicam sobre vários temas e fui fazer o que? Exatamente, ler os comentários.

  Tinha algumas pessoas falando mal da reportagem, não por ela ter sido ruim, por informações erradas ou pouco conteúdo, mas porque eles não acharam o assunto interessante.

   E uma das respostas a esse comentário, sim senhores eu também leio as respostas dos comentários, foi de um menino dizendo que se não foi útil pra vida dele de alguma forma não significa que essa matéria não deveria ter existido ou que ela é ruim, porque pra ele como designer foi muito bom e abriu seus horizontes, e que a gente deve parar de criticar os portais por não criarem matérias exclusivamente para nossos gostos.

  Quase adicionei esse menino, porque é justamente o que eu penso. A gente tem que deter esse impulso de achar que os sites só pode falar sobre o que gostamos e nada além disso.

Um exemplo mais recente aconteceu essa semana quando fui ler uma matéria que falava sobre a Anitta. Quando fui espiar os comentários o que tinha de gente falando mal dela não só como artista, mas como pessoa era inacreditável.

    E pra piorar a situação quando estava quase saindo para visualizar um evento reparei que a matéria estava publicada na sua fanpage o que significa que as pessoas que não gostam dela estavam curtindo ou entrando na sua página para poder falar mal e ainda escrever comentários ofensivos como: “lixo”, “vadia”, “que merda de cantora” ou “tinha que ser no Brasil”.

    Não vamos confundir liberdade de expressão com distribuição gratuita de ódio e insultos, são coisas completamente diferentes e uma não justifica a outra.


  Na internet é você quem manda, ninguém te obriga a ler, ouvir ou assistir sobre o que você não gosta, você tem o poder de apertar o pausa, mudar ou fechar a página. Pra que então perder tempo com o que não te faz sorrir? 

sábado, 20 de junho de 2015


A Esperança é um ato de Resistência. Resista. - André J Gomes

Você que de quando em vez chora à noitinha, na solidão da alcova. Você que se arrebenta no cumprimento das obrigações. Que perde um tempo danado desviando das porradas de todo dia.
Você que tem medo do arrependimento um minuto depois de tomar uma decisão. Você que esconde seu pavor de morrer só, de não ter onde cair morto, de lhe faltar um gato para puxar pelo rabo.
Você que ainda tem avós mas que pouco os vê. Que tem saudade da infância, que sente culpa por não telefonar mais seguido a seus pais. Você que já não tem pais e nem avós e quase só usa o telefone para pedir comida e responder que não, não quer assinar jornal nenhum.
Você que tem uma inveja inofensiva das pessoas que demonstram afeto. Você que queria ter mais irmãos, você que tem irmãos distantes, você que não tem irmão nenhum.
Você que ainda corta a carne no prato do filho ou da filha. Que tem criança pequena e conhece o medo doloroso de lhe faltar.
Você que se deu conta de que nunca será um astronauta, um campeão olímpico, um astro do rock. Que acha superficial e cínico quem defende que não se deve dar esmolas, quando a quem pede esmolas nada se faz para ajudá-lo a seguir outro caminho.
Você que olhou nos olhos de um mendigo e sentiu um calafrio em algum lugar insuspeitado da alma.
Você que sentiu culpa por estar ocupado demais para ouvir um amigo quando ele mais honestamente precisou falar.
Você que já passou horas deitado no sofá de barriga para baixo, cutucando com a unha a sujeira leve que pousa e se instala impertinente nas ranhuras do chão. Você que enxerga rostos nos desenhos dos ladrilhos. Que observou a poeira flutuando contra a luz do sol e lembrou de um amor antigo. Você que não sabe lidar com um amor novo.
Você que, no mais das vezes, das conversas do dia a dia não ouve nada senão relinchos, cacarejos e conversas para boi dormir entupidas de preconceito e burrice.
Você que já se perguntou onde repousam as borboletas, enquanto imaginava sua vida secreta, e esse foi seu único instante de paz no dia confuso. Você que descobriu espantado que as baratas, quando esmagadas pelo chinelo da gente, liberam ovos que se transformarão em novas baratas que sobreviverão à hecatombe nuclear.
Você que já pediu a Deus um tempo para viajar a um lugar distante e ver o sol nascer de outro canto, na tentativa honesta de lavar com sabão e esponja a sua alma cheia de borras e sentimentos esverdeados, envelhecidos. Depois estendê-la no varal de um dia inteiro e deixá-la ali secando ao sol.
Você que já teve a impressão de que, se não fizer alguma coisa, a vida periga se transformar em um eterno domingo à noite.
Você…
Seja bem-vindo. Bem-vinda. Dá cá um abraço. Viver dói e se dói é porque você vive. Resista, deixe estar.
E acredite: para cada angústia há uma desforra gloriosa, esperando sua vez de vir ao mundo.

sexta-feira, 19 de junho de 2015


Max Lucado

     Mudar de direção na vida não é trágico. Perder a paixão sim.

     Algumas coisas nos acontecem ao longo do caminho. As convicções para modificar o mundo decadente são transformadas em comprometimentos parar pagar as contas. Ao invés de fazer a diferença, fazemos o salário. Ao invés de olhar adiante, olhamos para trás. Ao invés para fora, olhamos para dentro.

     E não gostamos do que vemos.






Manual prático de como ser uma vagabunda - Carlos Mion 
     Nasça. Nasça mulher, ou pelo menos torne-se uma depois. Viva a sua vida, experimente, faça o que qualquer um pode fazer. Seja apenas você mesma. E não tropece! Se cometer qualquer erro. Pronto, essa vagabunda já está fazendo cagada.
     Seja difícil, não fique com qualquer um, e quando alguém tentar ficar com você, a força ou não, resista, continue com a sua filosofia de vida e diga não quero. Pronto, essa vagabunda não quer ficar comigo. 
     Seja fácil, fique com qualquer um. Se der vontade vá mais longe, explore seu apetite sexual, mesmo que seja favorável ou não a você. Encontre alguém, converse um pouco, transe com ele. Pronto, transei fácil com essa vagabunda.
     Namore um homem egoísta e machista, dedique-se a ele. Submeta-se e respeite sua autoridade fictícia. Tenha apenas ele como exemplo de masculinidade. Converse e seja simpática com algum amigo seu que seja homem. Pronto, essa vagabunda já está dando moral pra esse cara!
     Case-se. Viva intensamente a relação até perceber que o homem da sua vida é chato, rotineiro, sem graça, preguiçoso, egocêntrico. Sinta-se mal por isso e depois decida por romper o que não mais dá certo. Busque vida nova. Recomece. Pronto, essa vagabunda quer me largar depois de tudo o que eu fiz por ela. 
     Seja mãe, por querer ou sem querer, mas seja mãe. Seja abandonada social e emocionalmente por aquele que contribuiu com tudo. Perceba que sua vida continua, e tem que continuar. Crie novas esperanças. Volte a se relacionar. Conheça pessoas novas. Pronto, essa vagabunda já tem filho, não presta para namorar. 
    Seja o que você for, seja o que você quiser ser, querendo ou não, a sociedade colocará você onde ela quiser. Não importa o caminho que você siga, a forma como as pessoas interpretam suas ações depende mais delas e da cultura em que estão inseridas do que do fato de você ter agido certo ou errado. É difícil, eu sei que é, mas o que eu tenho a sugerir para você, mulher, é que evite definir-se pelo que falam e pensam de você. Afaste-se de quem vive da máscara da santidade e possui atitudes de verme. Não é errado as pessoas terem opinião sobre o que é certo ou errado, bom ou ruim, o que é inaceitável é que essas pessoas queiram definir outras pessoas com base nos seus “achismos” e pré-conceitos mais primitivos. Não espere aceitação de ninguém, mas exija respeito sempre! Se você não fizer isso por você, pouquíssimos farão.
    Se você for ligar para o que é que vão falar, você não vai fazer nada. Pior ainda se se culpar por uma culpa que não é sua. Resista!

quinta-feira, 18 de junho de 2015


Martha Medeiros


     Muita gente se preocupa em ser magro, mas não se preocupa em ser leve.

domingo, 14 de junho de 2015



Liberdade é quando você decide não ficar com alguém só por ficar - Rebeca Bedone

Pronto. Passou o dia dos namorados e você não surtou porque está sozinho. É que já reconheceu que está só porque quer. Se quisesse apenas suprir a sua solidão, estaria com qualquer pessoa. Mas não, você não quer mais ficar com alguém só por ficar. Essa fase já passou.
Hoje você não quer se envolver com uma pessoa que só queira curtição e que não esteja disposta a ter algo mais sério contigo. Que não tenha interesse pelos seus pensamentos, pelas suas dúvidas e por seus segredos. Sim, você não tem mais medo da solidão. Você só deseja alguém que queira receber todo amor que existe dentro de você. E se isso for pedir muito, você continuará procurando.
Hoje você já nem se importa tanto por estar sozinho, pois sabe que essa é uma fase necessária na sua vida. O que te deixa entediado são as pessoas que se importam com isso. Aquela amiga da sua mãe que se lamenta por você não ter casado ainda — ou de novo —, ou aquela tia-avó que vive perguntando quando você terá um filho, “O tempo está passando…”, ela diz.
Sim, o tempo passa. Mas enquanto ele corre, você faz muitas coisas. Viaja, conhece novas pessoas e aprende o que nunca teria aprendido se não fosse destemido; mesmo não sendo fácil. Descobre que estar sozinho não é a mesma coisa que ser solitário. Quando você decidiu não ficar mais com alguém só por ficar, descobriu que é autossuficiente. Você não precisa de alguém para preencher o seu vazio, pois a sua felicidade está nos seus projetos, nas pessoas que estão próximas a você, no seu animal de estimação e nos seus sonhos. O que você deseja, realmente, é compartilhar essas coisas com alguém.
Mas vira e mexe dá uma saudade enorme de dormir de conchinha, de ter alguém para quem levar o café da manhã na cama e de receber uma ligação melosa no fim do dia. Nessas horas, você até se questiona se o seu caminho deve ser esse mesmo. Então, descobre que a liberdade tem seu preço.
Ser livre para amar e ser amado custa entendimento e coragem. Deixar o amor chegar espontaneamente pode causar espanto para quem tem pressa, mas traz leveza àquele que não se deixa aprisionar por expectativas alheias. Isso até parece coisa de gente complexa, mas, na verdade, é muito simples. A vontade de se sentir inteiro é muito maior do que se contentar com meias vontades. Como a meia atenção de alguém que nunca tem tempo para lhe escutar, ou o meio amor de quem está contigo somente por obrigação.
O que você quer é alguém que goste de você pelo que você é, e queira ficar do seu lado porque curte a sua companhia, ouve os seus delírios e ri das suas manias. Alguém que seja a inspiração para os seus poemas, aquela pessoa que entra na sua morada como entram as flores, a música e a poesia.
Alguém que seja livre e dê importância às conquistas do casal em conjunto e separados. Porque para ser feliz a dois, é preciso ser feliz em unidade, também. É preciso ter vida própria além da vida juntos. E amar um ao outro significa respeitar os amigos de infância, o futebol dele e a academia dela. Amar um ao outro é ter consciência das dificuldades e ter vontade de melhorar a cada dia. Amar é praticar o perdão e a paciência.
Acontece que, quanto mais o tempo passa e você se acostuma com a sua independência, mais inseguro você fica em relação ao amor. “Ele existe mesmo? Será que irei reconhecê-lo quando ele chegar?”
É por isso que você continua só.
Primeiro, porque você quer. Segundo, porque ainda não encontrou aquela pessoa que fará valer a pena deixar de estar sozinho.

quinta-feira, 11 de junho de 2015


Seja a mulher da sua vida - Leticia Flores

E seja agora! Mas, não, não seja para os outros… nem por eles. Seja sua e por você. Vá na frente, dê o primeiro passo, mude de vida sem pedir a opinião dos outros, sem pedir a
 permissão do mundo. Descubra-se. Entenda-se. Faça terapia e, quando não der, faça compras. Seja inconsequente e pague por isso. Fique bêbada e pague a conta. Abra a porta do carro, banque uma rodada de choppe e, quando o dia não for de festa, simplesmente diga não. Diga não sem culpa, mas não sem educação. Seja breve na fala e detalhista no pensamento. Aperte firme a mão das pessoas. Sorria. Seja a frente de batalha da sua vida, sem colete à prova de balas. A vida, minha amiga, não é à prova de

imprevistos. Não tenha filhos e, se tiver, permita-se ser a mãe que a natureza te formou para ser. Escolha. Viaje. Decida. E, quando ficar em dúvida, simplesmente admita. Venda seu carro, compre uma Komb.  Ou, então, financie seu carro zero. Mude. De quarto, de casa, de roupa, de sonhos. Solte as mãos, abra os braços, corte o cordão que te prende ao passado. Não espere, vá. Leia, escreva, escute. Pare de assistir a novelas. Discuta, dispute, desculpe. Seja íntima de si mesma.


    Seja a mulher da sua vida. Seja só sua. E não o faça de fachada, não tente impressionar. Impressione-se com a vida. Observe uma borboleta, alimente um gato, acaricie um cachorro. Permita-se ser sensível. Chore. Ser a mulher da sua vida não é ser mais homem, ser a mulher da sua vida é olhar-se no espelho e sentir orgulho do seu próprio sorriso. É respeitar suas próprias decisões em detrimento da opinião dos outros, mesmo que esses outros sejam a sua família. Ser a mulher da sua vida não é ser durona. Faça ioga ou boxe, mas faça o que você gosta. Descubra-se de novo. Perceba o que mudou. Você muda, o mundo muda; mas você muda, não muda nada. Corte os cabelos, nasça de novo. Ajude desconhecidos e aproveite milimetricamente o doce sabor de fazer a diferença na vida de alguém. Mas, antes disso, faça a diferença na sua vida!
     Dirija o carro, pague o almoço, ponha o pau na mesa. Sim, você tem um pau bem grande chamado “amor próprio” e ele não está no meio das suas pernas, não. Ame-se. Ame-se muito. Ame-se acima de tudo. E depois de se amar tanto, ame-se mais um pouco. Ame-se sem maquiagem e sem estar em forma, porque do que adianta os elogios de outra pessoa se você mesma não enxerga sua beleza? Enxergue-se. Vista-se de coragem. Convença-se do quão foda você é e, se você não conseguir ser sua própria advogada, é porque ainda não entendeu o que é, verdadeira e intensamente, ser a mulher da sua vida.
    Honre-se. Você não nasceu mulher à toa. Você não lutou até agora para se esconder atrás de seus próprios preconceitos. Seja a mulher da sua vida, mas não o seja pra conquistar macho ou apaixonar fêmea. Seja e pronto. E ponto.
    E conto… te conto este segredo, que ao compreender este texto você encontrou o seu só seu (re)começo.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

* Eu sei que a matéria já aconteceu mas acho importante mostrar que nem todos os evangélicos pensam igual ao Silas Malafaia. 

Evangélicos farão marcha contra homofobia na Parada Gay - Ana Virginia Balloussier


     "Um grupo de pastores e fiés evangélicos marcharão rima à Parada Gay no domingo (07). Na avenida Paulista, começam a missão: converter o máximo de almas possíveis. Almas homofóbicas, no caso.

     Para achá-los no dia, procure por pontos brancos no mar de glitter coloridos e tutus de bailarina no evento LGBT. 

'A ideia é que todos vistam camisetas claras. É uma proposta de paz. Um anseio pela quebra desta corrente de ódio que se retroalimenta', diz José Barbosa Júnior, 44, teólogo da igreja Batista e autoproclamado 'pastor marginal'.

    A caravana, batizada 'Jesus Cura a Homofobia' para se contrapor à 'cura gay', lançou um chamado no facebook - até hoje a noite de sexta (5), 420 pessoas aderiram a ela.

     Casado há dois anos com Ellen, Júnior afirma que não é preciso estar 'no armários' para 'pedir perdão pela forma como a igreja trata os homossexuais'. 'O Cristianismo sempre te que estar a favor daquele que é oprimido'

     Nos cartazes que 
empunharão domingo, os dizeres ' Malafaia e Feliciano não nos representam'. A pregação contra direitos LGBT dos pastores Silas Malafaia e Marco Feliciano propagam, para Júnior, é o teto de vidro contra a sua fé.
A reação religiosa ao comercial da Boticário não foi a primeira pedra que o estilhaçou - mas foi decisiva, diz Danilo Fernandes, 48, dono do Genizah, um dos sites mais influentes entre evangélicos.

    Ele critica o boicote á marca de cosmético que divulgou uma campanha com os casais do mesmo sexo se abraçando ao som de 'Toda forma de amor' de Lulu Santos. O Genizah ilustra um artigo sobre o tema com uma imagem de Jesus e Judas em seu cangote. A legenda: 'Hmmm, cheiroso'.

    Cita Desmond Tutu , que lutou contra o apartheid na África do Sul, e Martin Luther King, líder dos direitos civis nos EUA, como evangélicos 'que entenderam a separação entre Estado e Igreja.

    'Amar o próximo que é parecido com você é muito fácil. Foi com as prostitutas que Jesus se sentou para comer.'

    Para Danilo, os fiéis devem lembrar que várias marcas apoiam a causa LGBT, do Facebook ao McDonald's. E que boicotar perfume, além de hipocrisia é picuinha."


    Matéria foi retirada do Folha de São Paulo, segue o link para mais informação:

 http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/06/1638621-evangelicos-farao-marcha-contra-homofobia-na-parada-gay.shtml

sexta-feira, 5 de junho de 2015



Porque amor a gente não compra.

     Cada vez mais sinto necessidade de participar de alguma ONG ou Projeto Social como voluntária. Poder ajudar e contribuir de forma positiva a mudar ou melhorar a vida de algumas pessoas. 


     E foi nessa busca que eu me deparei com o projeto "Let It Rain Love" (“Deixe chover amor”).  tem como objetivo incentivar a adoção de animais. Basicamente são fotos de cachorros com aquela "cara de pidão" enquanto esperam seus novos donos. 

     “Minha meta é dar a cada cão uma chance nova de ser adotado. Ou, pelo menos, fazer com que as pessoas visitam os abrigos e ajudem de alguma forma”, diz Jessica a responsável pelo ensaio de apenas 19 anos.

     As fotos ficaram muito fofas e aquela vontade de fazer uma boa ação só cresceu. Por isso enquanto não participar de qualquer projeto formalmente vou ajudar no que posso divulgando os que já existem, divulgar um pouco do amor de quem precisa e nos espera.

     E quando eu parei pra procurar mais sobre o assunto vi o quanto de animais que estão querendo ser adotados e não são porque as pessoas preferem comprar. No final das contas o que vai mais importar ele ser de raça ou o amor que você vai dar e receber? Você quer um animalzinho ou quer algo pra se exibir ? Você se importa mais de onde ele vem ou o que ele é ?


     Eu sei que esse filhotes que são vendidos não tem culpa de nada mas se a gente comprar só vamos incentivar seus donos a terem outros para vender e ganhar dinheiro. 


 Faça a coisa certa, adote bichinho de estimação, seja ele adulto ou filhote, macho ou fêmea. O importante aqui mesmo é o verbo. 

Aqui segue o link do site da fotógrafa: http://www.jessicatrinh.com/

quarta-feira, 3 de junho de 2015


    Pra todo esse mi mi mi de que mulher tem que ser... tem que ser porra nenhuma! 

     Eu vou ser quando eu quiser e se me der vontade deixo de ser logo em seguida, ficou claro meu bem?

terça-feira, 2 de junho de 2015



Vida de Solteiro - Rafael Magalhães


“E a namorada?” Alguém vai me perguntar. Aí vou sorrir e responder: “Estou solteiro!”. E logo depois vem aquela cara de: “nossa, coitadinho”, quando ao meu ver era a hora certa da pessoa me abraçar e pularmos gritando: “Parabéns Campeão!” Sabe, realmente não entendo essas pessoas que colocam o fato de encontrar uma pessoa como sendo um dos objetivos primordiais da vida. Como se a ordem natural fosse: nascer, crescer, conhecer alguém e morrer.
A meu ver, não é assim. As pessoas se dizem solteiras como quem diz que está com uma doença grave, alguém que precise de ajuda. Não é nada disso. Existe sim vida na “solteridão”! E das boas. E isso não quer dizer farra, putaria, poligamia ou promiscuidade. Aliás, quer dizer sim, mas só quando você tiver afim. No mais quer dizer liberdade, paz de espírito, intensidade. E olha que escrevo isso com algum conhecimento de causa, já que tenho vários anos de namoro no currículo.
De verdade, do fundo do coração, eu estou muito bem solteiro. Acho até que melhor que antes. Gosto de acordar pela manhã sem saber como vai terminar meu dia. Gosto da sensação do inesperado, da falta de rotina e de não ter que dar satisfação. Gosto de poder dizer sim quando meu amigo me liga na quinta-feira perguntando se quero viajar com ele na manhã seguinte. De chegar em casa com o Sol nascendo. De não chegar em casa as vezes. De conhecer gente nova todos os dias. De não ter que fazer nada por obrigação. De viver sem angústia, sem ciúme, sem desconfiança. De viver.

Acredito que todo mundo precisa passar por essa fase na vida. Intensamente inclusive. Sabe, entendo que talvez essa não seja sua praia. Ou talvez você nunca vá saber se é. Eu mesmo não sabia que era a minha, e veja só você, hoje sou surfista profissional. O que percebo são pessoas abraçando seus relacionamentos como quem segura uma bóia em um naufrágio. Como se aquela fosse sua última chance de sobrevivência. Eu não quero uma vida assim. Nessa hora talvez você queira me perguntar: “Mas e aí? Vai ficar solteirão para sempre? Vai ser assim até quando?” E eu vou te responder com a maior naturalidade do mundo: “Vai ser assim até quando eu quiser”.
Quando encontrar alguém que seja maior que tudo isso, ou talvez alguém que consiga me acompanhar. E não venha me dizer que aquele relacionamento meia boca seu é algo assim. O que eu espero é bem diferente. Quando se gosta da vida que leva, você não muda por qualquer coisa. Então para mim só faz sentido estar com alguém que me faça ainda mais feliz do que já sou, e como sei que isso é bem difícil, tenho certeza que o que chegar será bem especial. E se não vier também está tudo bem sabe? Eu realmente não acho que isso seja um objetivo de vida. Não farei como muitos que se deixam levar pela pressão dessa sociedade.
Tanta gente namorando pra dizer que namora, casando pra não se sentir encalhado, abdicando da felicidade por um status social. Aí depois vem a traição, vem o divórcio, a frustração e todo o resto tão comum por aí. Não, não. Me deixa quietinho aqui com minha vida espetacular. Pra ser totalmente sincero com você, a real é que não é sua situação conjugal que te faz feliz ou triste.

Conheço casais extremamente felizes e outros que estão há anos fingindo que dão certo. Conheço gente solteira que tem a vida que pedi para Deus e outros desesperados baixando aplicativos de paquera e acreditando que a(o) ex era o grande amor e que perdeu sua grande chance. Quanta bobagem.
A verdade é que só você mesmo pode preencher o seu vazio, e colocar essa missão nas mãos de outra pessoa e pedir pra ser infeliz. Conheço sim vários casais incríveis, assim como tantos outros que não enxergam que estão se matando pouco a pouco. Só peço que não deixem que o medo da solidão faça com que a tristeza pareça algo suportável. Viver sozinho no início pode parecer desesperador, mas de tanto nadar contra a maré, um dia você aprende a surfar. E te digo que quando esse dia chegar, você nunca mais vai se contentar em ficar na areia. Desse dia em diante só vai servir ter alguém ao seu lado se este estiver disposto a entrar na água com você.