terça-feira, 23 de junho de 2015


Entrevista do Rafael Cortez do CQC com as atrizes de 
Orange Is The New Black - Felipe Neto


O caso do Rafael Cortez e a entrevista do CQC com as atrizes de Orange Is The New Black é mais um caso de burrice e péssima análise de parte do público.

Antes de mais nada, quero deixar claro que o Rafael é um amigo, alguém que admiro, um cara de inteligência diferenciada e incrível capacidade artística (pra quem não conhece, procure saber o que esse cara faz com um violão, por exemplo).

Contudo, Rafael teve um dia infeliz. Um dia em que fez uma entrevista que ficou, fundamentalmente, ruim. As perguntas não funcionaram, a ideia foi fraca, a execução conseguiu ser pior devido à sua dificuldade com o inglês e, como resultado, acabou saindo um trabalho muito abaixo do potencial dele. Um belo exemplo de como a matéria foi mal pensada foi a pergunta da "Suzane Von Richthofen", será que nenhum roteirista previu que as atrizes ficariam com cara de "que merda é essa? Esse cara quer escalar uma atriz brasileira pro elenco?"... Enfim, acontece!

O que mais me surpreende nisso tudo? A Direção do CQC (que também é feita por um amigo, o Diego Pignataro) ter permitido a matéria ir ao ar, prejudicando a imagem do Rafael e a imagem do próprio programa.

Mas aí vem o que me irrita nisso tudo. Ao invés do resultado ter sido "essa matéria ficou uma merda", a polêmica pública e maioria dos compartilhamentos foi em função de "essa matéria ficou machista", porque Rafael salientou a beleza das atrizes e perguntou se era difícil tanta mulher junta atuar com TPM.

Caralho galera, pelo amor de Deus! Está ficando cada dia mais difícil, para não dizer impossível, fazer humor no Brasil. Vamos parar de confundir piada ruim com piada preconceituosa e focar no que realmente é preconceituoso. Vamos lutar contra Bolsonaros e Malafaias da vida, pois esses sim atrasam a nossa sociedade, não um humorista que teve UM dia ruim no meio de 800 dias bons.

Infelizmente no Brasil estamos cada vez mais tendendo para esse lado. Quando alguém comete um erro, acaba se tornando o inimigo da nação. Quando comete 500 acertos, é apenas mais um. Até hoje tentam caçar twittadas minhas de 2008 para achar algo machista (coisa que já fui bastante, sem saber) só para causar merda com a minha imagem nas mídias sociais. E assim é com inúmeros comunicadores.

E aí sabe o que vai acontecer? Vamos voltar para os tempos em que ninguém dava opinião e todo mundo se comportava como Luciano Huck, sorrindo pra câmera e sempre em cima do muro.

Precisamos do Rafael Cortez, do Rafinha, do Danilo e de todos os demais. Terão dias em que farão piadas merdas, em outros farão piadas boas. Mas desde que mantenham-se na arte de FAZER HUMOR, vamos parar com esse chilique mal direcionado e focar em quem realmente fode com tudo, pois esses sim comandam multidões com discursos de ódio.

Espero que entendam.



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