Em prol do feminismo nos pequenos
detalhes - Debora Oliveira
Ser feminista quando aquela amiga difamou a outra pelo tamanho da sua saia, saber se posicionar ao escutar um comentário machista. Ser feminista é ser livre para optar como quer se comportar e quem quer ser independente do julgamento alheio e acima de tudo saber respeitar outra mulher. A pergunta é: Você é feminista quando ninguém mais está vendo?
Feminismo: doutrina que preconiza o aprimoramento e a ampliação do papel e dos direitos das mulheres na sociedade.
A própria descrição já nos diz muito, mas ainda acredito que o feminismo deve estar presente também nos pequenos detalhes. Ser feminista abrange desde pequenas atitudes e comportamentos do cotidiano até a luta pelo direito de viver das mulheres, no sentido mais literal desse termo. Parece tão claro, tão óbvio que os direitos devem ser iguais, principalmente porque somos seres humanos e como tais, deveríamos ser ativos desses direitos independente de credo, raça, sexo, cor, nacionalidade ou convicções; mas como muitas outras questões, raramente observamos isso ser colocado em prática.
Sobre o feminismo nos pequenos detalhes: ainda anseio por um mundo no qual nós mulheres possamos ter o direito de gostar, querer e fazer coisas que em algum momento a sociedade definiu como “coisas de homem”. Quero que possamos usar cabelo curto, cabeça raspada, gostar de rock, não saber andar de salto, não gostar de rosa, não ser delicada, transar com quem quisermos e não querer transar com você. Ou se quisermos fazer tudo isso ao contrário, não nos julgarem como sexo frágil!
Por um mundo aonde dividir as tarefas domésticas seja normal e que não tenhamos que dar um troféu toda vez que um homem é educado, carinhoso e gentil com uma mulher ou criar uma linha completa de esmaltes usando os nomes das cores para dar crédito ao bom comportamento deles. Por um mundo aonde nunca, nunca aceitemos o fato de um homem ser machista ou preconceituoso e não achar normal em uma festa, as mulheres terem que sempre ficar na cozinha ou cuidando das crianças enquanto os homens se divertem perto do barril de chopp.
Que possamos acreditar que mulheres não competem entre si, mas sim apoiam umas as outras. Que possamos ver a mulher ao lado não como uma rival, mas sim como uma companheira, uma amiga. Que não as julguemos para não sermos julgadas. Que possamos nos tornar aliadas. Isso tudo são detalhes perto da causa, mas acredito que o feminismo funciona como um bom hábito e para obtê-lo devemos observar nossas pequenas atitudes diariamente.
Nem toda mulher quer ter filhos, nem toda mulher quer casar, nem todas amam os homens, sabem cozinhar ou querem ser magras. Parem de ditar como devemos nos vestir ou o quanto nos consideram promíscuas de acordo com o comprimento da nossa saia. Parem de escrever livros que tentam ditar regras do que devemos ou não fazer para conquistar um homem. Enfim, simplesmente parem.
Obviamente a causa principal do feminismo vai muito além, lutamos pela vida de muitas mulheres que ainda são abusadas, mutiladas e assassinadas, lutamos pelo direito do aborto, contra a violência sexual e por direitos iguais no trabalho. A causa é gigantesca e muito mais do que linda e poética, ela é extremamente necessária!
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